Na última semana, a Faculdade Única recebeu a programação da SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho), evento que teve como objetivo conscientizar os colaboradores sobre importantes questões de segurança e saúde (física e emocional). 

Todo mundo sabe que o trabalho é essencial na vida de qualquer pessoa. O que você talvez ainda não saiba é que dá para trabalhar e ainda ter qualidade de vida durante o período de expediente. 

Nesse sentido, de segunda a sexta, a Instituição de Ensino foi a casa de uma série de palestras, treinamentos e outras ações que muniram de conhecimento quem dedica parte da vida no ambiente de trabalho. 

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De antemão, é necessário saber que quando se trata de segurança no trabalho, temos que tirar de vista apenas aquela ideia dos acidentes que ocorriam com frequência no segmento industrial, especialmente no século passado. 

Atualmente, a segurança precisa abraçar diferentes aspectos, na intenção de garantir qualidade de vida aos colaboradores de uma empresa.

Pensando nisso, a pauta da ergonomia se faz muito presente em empresas do ramo administrativo. Afinal de contas, uma boa relação das pessoas com o ambiente estrutural e equipamentos se faz como elemento fundamental na prevenção de doenças ocupacionais. 

O instrutor técnico Arthur Mello visitou cada um dos setores da faculdade, inspecionando equipamentos e conversando com colaboradores sobre a importância de se falar sobre ergonomia e aplicá-la com assertividade. 

“Nossa palestra nos setores da Faculdade Única teve o propósito trazer uma visão holística e personalizada a cada setor do que de fato é a ergonomia. Focar na conscientização e no comportamento dos parceiros para agir na prevenção, assim, mitigar ou extinguir as probabilidades de que doenças como DORT, lombalgia, astigmatismo e outras venham a gerar danos à equipe ao longo do tempo”, explica.

Do mesmo modo que melhorar a relação com a parte estrutural de uma empresa melhora a segurança de quem trabalha, ter seus direitos garantidos contra qualquer tipo de violação também é um item valiosíssimo de segurança. 

Direito de ser respeitado

Infelizmente alguns assuntos ainda são tabus dentro do ambiente corporativo, apesar de serem bem presentes no nosso cotidiano. Um deles é o assédio sexual. Esta doença social é crime, se manifesta de várias maneiras e precisa ser combatida com o rigor apropriado.

Consequentemente, no nosso tempo, as leis avançaram e o crime de assédio sexual pode ser mais facilmente identificado e punido.

Segundo o delegado da Polícia Civil de Minas Gerais, Thiago Henriques, assédio sexual é qualquer conduta persistente, repetida ou não, com objetivo de obter vantagem ou favorecimento sexual e que ultrapassa o limite do consentimento, causando constrangimento, vergonha ou intimidação na vítima. 

“As manifestações mais comuns são toques físicos, olhares invasivos, palavras constrangedoras de cunho pejorativo e gestos obscenos, que ultrapassam os limites do consentimento da vítima”, exemplifica o delegado. 

Thiago Henriques continua elucidando como esse tipo de crime também pode acontecer no ambiente virtual.

“Na internet, o assédio pode acontecer através de mensagens, áudios, imagens e vídeos que perturbam a vítima, como por exemplo: convites para encontros, ameaças veladas de perder o emprego se não fizer favor sexual, elogios atrevidos, conversas indesejáveis de conteúdo sexual, perguntas indiscretas e compartilhamento de imagens de cunho pornográfico ou da genitália do(a) próprio(a) agressor(a)”, esclarece. 

Precisamos conversar sobre assédio moral

Da mesma forma, outro grande tabu dentro do universo do trabalho é o assédio moral. Ele se configura na prática de condutas reiteradas no sentido de constranger, humilhar e depreciar a vítima, causando abalo psíquico e até mesmo físico. 

Apesar de ser uma pauta que ainda tem um longo caminho para avançar na nossa sociedade, já é possível identificar quando somos vítimas desse mal, em três principais requisitos: 1) prova reiterada; 2) atitudes abusivas com conteúdos vexatórios ou constrangedores; e 3) abalo psíquico ou até mesmo físico da vítima.

De acordo com a advogada Layla Moreira, ao se perceber assediada moralmente, a vítima precisa buscar proteção emocional e legal. Compartilhar o sofrimento com sua rede de apoio: amigos, família e outras pessoas de confiança.

Deve também reunir qualquer tipo de provas, tais como bilhetes, e-mails, conversas em redes sociais, testemunhas, sendo importante anotar em detalhes os atos de assédio. 

“Além disso, a vítima deve denunciar aos órgãos responsáveis tanto do local de trabalho, como, por exemplo, a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio) e ao setor de Recursos Humanos, quanto aos órgãos legitimados na seara investigativa e judiciária, como a polícia e o Ministério Público do Trabalho. Por fim, cumpre dizer que muitos atos de assédio moral ensejam consequências jurídicas, como direito à danos morais, sendo possível recorrer a um profissional para buscar a satisfação de seus direitos”, instrui a advogada.

Juntamente com seus direitos assegurados, todo colaborador produz muito melhor quando se sente validado em seu ambiente laboral e sabe que será tratado com respeito e dignidade. 

Viver bem no trabalho: uma questão de saúde mental

Os problemas de saúde mental permanecem estigmatizados em nosso tempo. Os ambientes de trabalho não estão fora disso. Estes estigmas podem prejudicar a vida de muitas pessoas, seja pelo medo de ser tratado com preconceito ou mesmo na hesitação em reconhecer uma situação que necessite de auxílio profissional.

No período pós-pandêmico da covid-19, houve um avanço dos problemas relacionados à saúde mental. É preciso continuar o processo de informação e educação, alertando as pessoas, inclusive no ambiente profissional, sobre o tema.

Durante a SIPAT, a psicóloga Thais Oliveira palestrou a respeito do assunto, dando importantes dicas sobre como melhorar a vida emocional dentro de um contexto com tantas cobranças e responsabilidades, como é no trabalho. 

“A pressão no trabalho é um dos principais motivos causadores da baixa produtividade e do desenvolvimento de doenças mentais. Para amenizar ou mesmo se livrar da sensação de pressão, recomenda-se alguns hábitos simples e com reflexos na vida pessoal”. 

Continua Thais. “Organizar sua rotina, Identificar a fonte da pressão no trabalho, saber estabelecer limites e pedir ajuda, evitar levar problemas do trabalho para casa, fazer pausas durante o expediente, ser transparente com a liderança, identificar os gatilhos, organizar o espaço de trabalho e manter um equilíbrio da vida profissional com a pessoal”, ensina a profissional.

SIPAT 2023: Um sucesso

Entre os dias 24 a 28 de julho, a SIPAT abordou diversos assuntos visando maximizar a experiência dos colaboradores da Faculdade Única dentro da Instituição. No último dia, houve até sorteio de vários brindes e uma festa para comemorar os aniversariantes do mês de julho.

Para Cynthia Temponi, presidente da CIPA da Faculdade Única, a SIPAT conseguiu alcançar o resultado a que se propôs com toda a programação: conscientizar todas as pessoas que dedicam uma grande parte de seus dias ao trabalho. 

“Fiquei muito feliz com o resultado alcançado. O que a CIPA sempre quis, e sempre vai querer, é que o colaborador preserve seu corpo e sua vida, volte pra casa da mesma maneira que saiu. E para que isso ocorra, precisamos prevenir os acidentes e garantir segurança. Espero que todos comunguem da minha opinião”, esclarece. 

A SIPAT reuniu todos os colaboradores da Faculdade Única para falar sobre segurança. Foram diversas atrações que fizeram bem tanto para o corpo quanto para a mente. 

Aprendizados que vieram para ficar, e que acima de tudo, demonstram que o ambiente de trabalho pode sim ser produtivo com leveza, segurança e respeito.